quarta-feira, 20 de junho de 2012

Trabalhadores repudiam 1ª morte nas obras da Copa 2014

Data: 12/06/2012 / Fonte: ICM

Rio de Janeiro/RJ - Diante da morte do trabalhador José Afonso de Oliveira Rodrigues, de apenas 21 anos, ocorrida na última segunda-feira nas obras do estádio nacional de Brasília Mané Garrincha, foi publicada nota de repúdio da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical internacional que representa cerca de 12 milhões de trabalhadores em mais de 120 países, incluindo as principais organizações sindicais do setor no Brasil.

Trata-se da primeira morte nas obras que preparam o país para a Copa de 2014. Para os trabalhadores da construção e madeira, casos como esse são inadmissíveis, e ainda acontecem devido à ausência de diálogo entre a FIFA, CBF, governos e empresas junto aos trabalhadores, que estão excluídos dos debates sobre a organização dos jogos.

Confira a nota:Rio de Janeiro, 12 de junho de 2012.

Luto nas obras da COPA

Reunidos em meio aos eventos relativos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), na cidade do Rio de Janeiro, nós, da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical internacional que representa cerca de 12 milhões de trabalhadores em mais de 120 países, incluindo as principais organizações sindicais do setor no Brasil, vimos por meio desta declaração expressar o profundo pesar e a indignação com relação à morte do trabalhador José Afonso de Oliveira Rodrigues, do setor da construção, enquanto desempenhava suas atividades no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, que será utilizado para os jogos da Copa de 2014.

Entendemos que esta é a primeira morte nas obras que preparam o país para a Copa de 2014. E isto já é demais. Podemos perceber que as experiências negativas vivenciadas nos preparativos de outros megaeventos esportivos voltam a se repetir. Nas obras que antecederam a Eurocopa de 2012, diversos trabalhadores perderam suas vidas enquanto trabalhavam para que grandes espetáculos esportivos pudessem ocorrer. Vítimas da falta de planejamento, da falta de treinamento proporcionado pelos empregadores e, em especial, pela falta de critérios sociais que controlem as condições de trabalho nos canteiros de obra, tais acidentes tornam-se um fato corriqueiro no setor da construção, ainda que inaceitável.

Com relação à Copa de 2014, a ausência de diálogo entre FIFA, CBF, governos e empresas junto aos trabalhadores implicam com que estes últimos, junto com seus sindicatos, sejam excluídos dos debates sobre a organização dos jogos. Evita-se, com isso, que os critérios sociais que deveriam orientar os preparativos de eventos esportivos sejam debatidos suficientemente a ponto de que se tornem referência e evitem acidentes como o ocorrido em Brasília.

De nossa parte, enquanto organizações sindicais de trabalhadores, seguiremos trabalhando para evitar que situações como esta se repitam.

Ambet Yuson,
Secretário-Geral da ICM

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