sábado, 14 de julho de 2012

Um terço das lesões de coluna ocorre em acidentes de obras

Data: 29/01/2012 / Fonte: O Regional


Levantamento realizado no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, revela que um em cada três pacientes internados com fratura da coluna sofreu queda de altura, em obra autônoma ou de pequena empreiteira ou em atividades recreativas que ocorrem em lajes.

Segundo o ortopedista Alexandre Fogaça, muitos dos acidentes ocorrem por falta de proteção ou uso inadequado dos equipamentos de segurança.

Comuns e altamente incapacitantes, as lesões acontecem, na maioria dos casos, em consequência de acidentes de trabalho ou de atividades recreativas onde ocorrem as quedas. Mais de 80% das vítimas são homens entre 18 e 45 anos.

"São pessoas que, no auge da produtividade, levarão sequelas para o resto da vida", diz o ortopedista.

Na ortopedia do HC, 60% dos pacientes com fratura da coluna chegam com lesão neurológica que deixa o indivíduo permanentemente incapacitado e necessitando de auxílio permanente.

"Todos que dão entrada com lesão medular e são operados perdem, no mínimo, a mobilidade da coluna na área da cirurgia e a maioria evolui com alguma sequela neurológica, limitando a força dos braços e pernas e o controle de micção e evacuação", explica Fogaça.

A média de permanência de um lesado medular no hospital é de três meses, passa por uma ou duas cirurgias, e leva no mínimo um ano para se reabilitar. Apenas 30% deles retornam ao mercado de trabalho, mesmo assim, com algum tipo de comprometimento leve.

"Pacientes com lesão medular são mais vulneráveis a contrair infecções urinárias, desenvolver escaras e outros problemas", relata Fogaça.

Para o especialista, com a expansão da construção civil e a popularidade de atividades recreativas nas lajes, é fundamental a criação de campanhas de prevenção.

"A fratura da coluna é endêmica, cada vez mais comum, é preciso orientar a população para o uso de equipamentos de segurança corretamente e para não subir nas lajes", conclui.


Fisioterapia

O especialista e fisioterapeuta Silvio Jorge Chaim Melhado explica que antes de tudo é preciso esclarecer que, sendo o fisioterapeuta um profissional liberal, autônomo e de nível superior, ele está apto a receber o paciente e saber se o caso é de sua competência ou se deverá encaminhá-lo a outro profissional da área da saúde.

"Grande parte dos tratamentos é feita em conjunto com outros profissionais. Desta forma, o trabalhador deverá procurar o fisioterapeuta sempre que houver qualquer tipo de desconforto físico, geralmente dor, que traga transtornos em sua rotina diária, tanto no trabalho quanto no repouso, incluindo o sono", aponta Melhado.

A falta de atenção com a possível torção ou qualquer outro tipo pode trazer problemas, ou até mesmo agravar o quadro de saúde, conforme explica o especialista.

"O grande problema é que não nascemos com um manual de instruções para o uso do nosso corpo, por isso seria muito útil o ensino postural nas escolas. Temos a tendência de achar que podemos fazer tudo e de qualquer jeito", diz.

O especialista complementa: "Claro que na juventude a percepção dos danos físicos é pouco notada, mas se insistirmos no erro, ou seja, nas posturas erradas (viciantes), no excesso de peso, nas movimentações exacerbadas sem o devido preparo e instrução, os problemas começarão a aparecer. Por isso é muito importante a atenção ao movimento, principalmente no trabalho. Uma vez instalado o problema, é necessário que o fator causador seja afastado, senão há o risco do quadro se repetir ou até mesmo não se resolver", enfatiza.


Cuidados

Para os profissionais que lidam com peso e grande esforço físico, alguns cuidados devem ser adotados para que a coluna não seja prejudicada.

Silvio Melhado enfatiza que o primeiro cuidado deve vir através da instrução. "Esse trabalhador deve ser instruído para aprender como se portar diante da função que ele está exercendo. Em seguida disponibilizar para ele
equipamentos, ferramentas e mobiliários adequados, isto é, ergonômicos, para diminuir as chances de lesões que o trabalho poderá causar", aconselha.

Melhado salienta que também é necessário dotar este trabalhador de condições físicas e mentais por meio de
ginástica laboral, incentivo para atividades corporais e outras práticas como relaxamento, alongamento e lazer para evitar lesões musculoesqueléticas.

Apoio

Sobre `cintas` ou qualquer espécie de apoio para ajudar a manter a coluna reta, o fisioterapeuta diz que, antes de tudo, é preciso diferenciar o termo `cinturão` ou `cintas` de aparelhos ortopédicos que incluem coletes para tratamento de escoliose (desvio de coluna). "Alguns halterofilistas utilizam dispositivos para as costas durante os esforços. Porém no caso do trabalhador que deseja evitar lesões, a melhor forma de conseguir isso é manter uma boa musculatura paravertebral (que fica ao lado da coluna) e abdominal, além dos cuidados posturais", alerta.

Para evitar lesões o especialista revela que há exercícios indicados que podem ajudar no fortalecimento muscular, se praticados regularmente, melhorando a qualidade de vida do trabalhador.

"É necessário o esclarecimento, por um profissional, quanto ao modo e à quantidade de execução de exercícios. A fisioterapia, por exemplo, é de total importância, porque não só trata e reabilita, mas também esclarece e ensina sobre a forma correta de trabalhar. E acima de tudo, previne futuros problemas", finaliza.


Vamos levando...

Com mais de 20 anos atuando com serviços braçais, dentre elas pedreiro, Valdecir Bellon, 54 anos, já sente no corpo o reflexo dos 20 anos de profissão.

Com jornada de trabalho estimada em quase dez horas a fio, Bellon é autônomo e ganha por dia. Muitas vezes o pedreiro tem dificuldade para encontrar um ajudante, um servente, e acaba por realizar todas as tarefas sozinho.

Assentar pisos, azulejos, quebrar paredes, virar massa, carregar latas pesadas, `chapiscar` parede, dentre outras inúmeras atividades, fazem parte da rotina de Bellon.

Além das sequelas deixadas pelo esforço repetitivo, o pedreiro traz como marca os acidentes que já viveu, como cair de
andaimes e lajes. "Eu já caí de uma altura de quase três metros. Perdi o equilíbrio e caí sentado em cima de uma lata de concreto que caiu do telhado. Graças a Deus não me aconteceu nada, porém fica o trauma. Hoje tomo o maior cuidado", revela Valdecir Bellon.

Quando o assunto é andaime, telhado e altura, o experiente profissional toma todo o cuidado e, se não estiver se sentindo bem, deixa aquele trabalho para ser realizado posteriormente.

"Eu amarro bem o andaime, eu uso
cordas, tomo todo o cuidado mesmo. Já vi vários companheiros de profissão sofrerem quedas e ficar com sequelas, por isso todo cuidado é pouco. O dia que eu não estou muito bem, com tontura, eu não insisto, largo de lado e vou fazer outra coisa. Depois, quando passar, eu volto e termino o serviço na altura. Tudo em nome da segurança", detalha.

Ao longo da vida...
Cansado de repetir os mesmos movimentos corporais, Bellon possui dores crônicas. Na coluna, na região lombar, é quase que uma dor diária. Nos ombros, braços e articulações ardem. As pernas e joelhos também refletem os maus-tratos ocorridos diariamente ao longo de mais de 20 anos.

"Tenho que assentar piso, por exemplo, e não consigo mais ficar de cócoras, tenho que ficar de joelhos, eles têm até calo. Já na região lombar eu uivo de dor", confessa.

Mesmo vendo as mostras de que o corpo não está bem, o trabalhador explica não ter tempo de ir ao médico, além de não poder perder dia de serviço.

"Não posso perder dia de serviço para ir atrás disso. Vou levando assim, tomo Dorflex ou então Buscopan e vou levando", revela.

Em um tratamento realizado para controlar colesterol e triglicérides, Valdecir perdeu mais de oito quilos, o que ajudou a aliviar suas dores.

"Agora eu estou mais leve e isso automaticamente ajuda", analisa o pedreiro, que nunca foi a um fisioterapeuta.


Fim

Questionado sobre o dia de se aposentar, Valdecir diz não ter esperanças. "Eu fiquei muito tempo sem contribuir, sem registro. Acho que vai ser difícil me aposentar por agora. Só se for por saúde mesmo", afirma.

Enquanto novas perspectivas não surgem, Valdecir Bellon vai levando de uma forma que ao menos ameniza suas dores.

"Eu faço até onde dá. Se dói um braço eu passo para o outro e assim vai. Só vou ao médico em último caso mesmo (sic)", finaliza.

LER é campeã em afastamento do trabalho

Data: 11/07/2012 / Fonte: JM Online

Uberaba/MG- No próximo dia 27 de julho é celebrado o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes de Trabalho. Mas a data também chama a atenção para outro problema ainda mais recorrente dentro das empresas de qualquer ramo, as doenças provocadas pelo desempenho de ações ou exercícios constantes. Não são só os atletas e esportistas que precisam de preparo físico para enfrentar diariamente o trabalho. Profissionais de todas as áreas sofrem lesões graves que muitas vezes os impedem de continuar na mesma atividade. Também conhecida como Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort), a Lesão do Esforço Repetitivo, ou LER, é a principal causa deste afastamento.

Segundo o médico perito da Gerência Regional do INSS em Uberaba, Paulo Borges, problemas causados pelo estresse nas atividades profissionais estão em primeiro lugar nas estatísticas de afastamento do trabalho. Ele afirma que a LER-Dort, Lesão por Esforço Repetitivo e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho, é um mecanismo que leva a determinados tipos de lesões, sendo que as doenças ortopédicas são as maiores causas de afastamento na região. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego apontam um aumento de 12,7% no número de acidentes de trabalho entre 2007 e 2008. Em Uberaba, as doenças ortopédicas correspondem entre 20% e 40% das causas de afastamento do emprego, que pode chegar a três meses.

Na avaliação do médico perito, são variados os fatores que influenciam as lesões. "Os distúrbios ocupacionais relacionadas ao trabalho algumas vezes não chegam a ser lesões propriamente, mas apenas uma fadiga muscular, por causa da repetitividade do movimento e de como é feito esse trabalho repetitivo. Entre os fatores estão atividades vibratórias, ou então de compressão de nervos, devido à postura inadequada. Então podemos dizer que é multifatorial a doença. Temos os fatores sociais que influenciam muito nas LER-Dorts de maneira geral, que é o problema da exigência no trabalho. É o chefe que exige e cobra do empregado, levando a pessoa a fazer suas atividades com certa rapidez, dentro de uma certa metodologia, desencadeando uma depressão ou estresse. Essa alteração aumenta a probabilidade de uma pessoa desenvolver essas doenças ou distúrbios osteomusculares e dores no corpo", afirma Paulo.

Pescoço, ombros, cotovelos, pulsos, nervos e músculos em membros superiores são os principais alvos de problemas que comprometem força e mobilidade. "Os distúrbios relacionados ao trabalho não são sempre lesões, algumas vezes são determinados por fadiga muscular, devido à repetição do movimento e de como é feito o trabalho. Entre os fatores estão atividades vibratórias, ou que comprimem nervos, por conta da postura inadequada", explica. O médico revela que, de maneira geral, o desenvolvimento de LER é influenciado pela exigência no trabalho e as condições de adaptação do trabalhador à atividade exercida.
Ilustração: Beto Soares/ Estúdio Boom

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Justiça do Trabalho multa empresa de limpeza urbana no RN

Data: 04/07/2012 / Fonte: Tribuna do Norte

Natal/RN- A juíza Luíza Eugênia Pereira Arraes, da 2ª Vara do Trabalho de Natal, condenou nesta terça-feira (3) a Líder Limpeza Urbana por dano moral coletivo e determinou o pagamento de uma multa no valor de R$ 100 mil por parte da empresa. A multa será em favor de entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, com atuação em Natal e na região metropolitana, cuja prestação de serviços seja reconhecidamente como de interesse público.

A decisão da juíza foi tomada numa Ação de Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A procuradora Ileana Neiva denunciou a manipulação da eleição da Comissão Interna de Acidentes (CIPA) pela direção da empresa e, em função disso, a juíza determinou a regularização imediata dessa prática sob pena de pagamento de multa.

Em procedimento investigatório realizado pelo MPT, baseado em fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho, se constatou que a eleição da CIPA da empresa foi realizada em desconformidade com a Norma Regulamentadora n.º 5 do Ministério do Trabalho e Emprego. Entre os pontos desrespeitados pela empresa está a constituição da Comissão Eleitoral sem a devida comunicação formal do início do processo eleitoral ao sindicato profissional e liberdade de inscrição de todos os trabalhadores. Para sanar esse problema, a juíza determinou, ainda, que a Líder comunique por escrito o início do processo eleitoral da CIPA ao sindicato da categoria e abstenha-se de designar trabalhador para compor a comissão para escolha dos membros da Comissão.

A reportagem da TN tentou entrar em contato por telefone com a Líder Limpeza Urbana, mas a atendente informou que a diretora responsável pelo atendimento à imprensa não estava na sede da empresa no momento da ligação. A reportagem pediu um retorno da empresa, mas não obteve êxito.

MTE lança manual sobre a NR 35

Data: 04/07/2012 / Fonte: Redação Revista Proteção

O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizou nesta semana para download, em sua página na Internet, o Manual de Auxílio na Interpretação e Aplicação da Norma Regulamentadora nº 35, sobre Trabalho em Altura. A NR 35 foi aprovada pela Portaria nº 313, de 23 de março, e publicada no Diário Oficial da União de 27 de março.


A norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com a atividade.

O manual desenvolvido pelo GTT (Grupo de Trabalho Tripartite) visa auxiliar a fiscalização dos Auditores Fiscais do Trabalho e também reforçar sobre as determinações previstas na Norma Regulamentadora nº 35 que devem ser aplicadas pelos empregadores e trabalhadores. Busca, ainda, esclarecer os aspectos da gestão de Segurança e Saúde do Trabalho para todas as atividades realizadas em altura.

Cadeiras ergonômicas chegam ao setor de costura

Data: 10/07/2012 / Fonte: Fundacentro

Cerca de 80 mil trabalhadores do setor de confecções das cidades de São Paulo e Osasco receberão cadeiras ergonômicas. As características foram especificadas por laudo elaborado pela Fundacentro. A medida consta em cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho negociada entre o Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco e três sindicatos patronais: Sindicato da Indústria do Vestuário Masculino no Estado de São Paulo, Sindicato da Indústria do Vestuário Feminino e Infanto-Juvenil de São Paulo e Região, e Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São Paulo.

Sete mil empresas terão prazo de um ano para cumprir o acordo, a contar da data da assinatura, 27 de junho de 2012.

"Foi uma conquista tripartite. Nossa ideia é que as empresas do setor se unam em grupos para comprar as cadeiras de um mesmo fabricante, para que o custo seja menor", conta Ricardo Serrano, pesquisador da Fundacentro.

A descrição técnica das cadeiras ergonômicas deve ser criteriosamente embasada no laudo da Fundacentro. "Há exigências como a qualidade da matéria-prima empregada na confecção do produto. A empresa também deve exigir dos fabricantes laudos técnicos em conformidade com as normas da ABNT como o de impacto e o de densidade de espuma", acrescenta Serrano.

A troca de cadeiras se inspirou em ação realizada nas indústrias do setor de calçados em Birigui/SP. Nessa cidade, a negociação envolveu 256 empresas e 22 mil trabalhadores. "A experiência de Birigui mostra que o afastamento por dores na coluna passou de primeiro lugar para quinto após a implantação das cadeiras", garante a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados de Birigui, Milene Rodrigues.

"Os resultados já obtidos com o uso dessa cadeira mostram claramente a importância da inovação para o campo da Segurança e Saúde no Trabalho", completa o presidente da Fundacentro, Eduardo de Azeredo Costa.

O presidente da Fundacentro avalia que a introdução de cadeiras ergonômicas trouxe ganhos para todos. Os trabalhadores tiveram redução importante do adoecimento e de dores resultantes de lesões osteomusculares. O aumento em produtividade ainda possibilitou aumento salarial nas negociações de dissídios subsequentes. "Para os empresários, houve diminuição dos afastamentos com aumento da produtividade, o que levou à maior competitividade e ao aumento de vendas. Para o Governo, aumentou a arrecadação e diminuiu o gasto da previdência e com atenção médica", conclui Costa.

Os empregadores também perceberam as melhorias. "Tivemos uma evolução. Após a implantação das cadeiras ergonômicas, os trabalhadores trabalham muito mais satisfeitos, têm mais saúde e rendem mais", avalia o vice-presidente do Sindicato das Indústrias dos Calçados e Vestuários de Birigui, Wagner Aécio Poli.

Além da especificação das cadeiras ergonômicas, a Fundacentro desenvolveu inovações como tampo, pedal, mesas auxiliares e iluminação de LED para máquinas de costura. "Todos os protótipos foram testados em situações reais de trabalho na linha de produção. O trabalhador valida a ação realizada", diz Ricardo Serrano.

A empresa em que Wagner Poli é diretor, Pé com Pé Calçados, abriu espaço para a realização de testes com os protótipos desenvolvidos pela Fundacentro. "A maneira como tudo foi construído é muito positiva, pois levou em conta as opiniões de todas as partes. Não foi algo imposto, estamos abertos a melhorias", explica Poli.

Toda a ação realizada pela Fundacentro segue princípios ergonômicos. "Na ergonomia, você tem que observar muito como o trabalhador trabalha", afirma Serrano. "As soluções são trazidas pelos trabalhadores. Observamos o posto de trabalho para chegar à resolução dos problemas."
Ampliação
Todo esse trabalho começou em 2002, quando o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados de Birigui procurou a Fundacentro para que realizasse uma análise ergonômica. Ricardo Serrano produziu um laudo ergonômico sobre o posto de trabalho. "Isso foi importante porque as empresas adotaram o laudo da Fundacentro", avalia Milene Rodrigues.

O trabalho realizado ganhou proporção nacional por meio da Conaccovest - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados, que se tornou parceira da Fundacentro para ampliar a ação.

A Conaccovest já marcou um evento para divulgar os trabalhos desenvolvidos: o Seminário Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho, que será realizado de 13 a 15 de setembro, na cidade de São Paulo, para apresentar a sindicalistas as ações realizadas junto com a Fundacentro. "Esse conhecimento adquirido com a Fundacentro está sendo repassado aos sindicatos pela Conaccovest para que novos resultados sejam alcançados no Brasil", explica Milene Rodrigues.

A ação também chegou a Londrina (Paraná), onde o Ministério Público do Trabalho solicitou que as cadeiras especificadas pela Fundacentro fossem adotadas. Por volta de 13 mil trabalhadores já receberam cadeiras novas.

Fórum debate importância da SST em ações sustentáveis

Data: 10/07/2012 / Fonte: Redação Revista Proteção

De 13 a 22 de junho aconteceu no Rio de Janeiro a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Entre os eventos paralelos, questões ligadas à Saúde e Segurança do Trabalho também foram abordadas.

Levando em consideração tais aspectos o mais recente tópico do Fórum Proteção quer saber a sua opinião:
Para você, de que forma a SST pode contribuir para o desenvolvimento sustentável?Para participar da discussão acesse www.protecao.com.br/forum, registre-se e comente. Além desse tópico, você pode conferir os debates já existentes e ainda criar novos tópicos.
Sua opinião é importante para nós e para a constante evolução da Saúde e Segurança no Trabalho!

CB-32 propõe norma para vestimentas contra calor e chamas

Data: 12/07/2012 / Fonte: ABNT

A Comissão de Estudo de Luvas e Vestimentas de Proteção para Riscos Térmicos (CE-32.006.04), do Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual (ABNT/CB-32), elaborou o Projeto 32:006.04-001 - Vestimentas de proteção - Proteção contra calor e chamas - Método de ensaio para a propagação limitada de chama, previsto para ser uma adoção modificada da ISO 15025:2000.

A Norma especifica um método para avaliar as propriedades de propagação limitada da chama para os tecidos e produtos industriais, orientados verticalmente, na forma de tecido de uma única camada ou multicomponentes (revestido, acolchoado, multicamadas, construções sanduíche, e combinações similares), quando submetido a um contato curto com uma pequena chama definida.

O documento está disponível para avaliação até 23 de agosto. Para participar do processo de aprovação, acesse
http://www.abntonline.com.br/consultanacional e clique no link do ABNT/CB-32.

Publicada norma sobre serviço de inspeção em contêiner-tanque

Data: 13/07/2012 / Fonte: Redação Revista Proteção

Brasília/DF- Em 28 de junho foi publicada no Diário Oficial da União, pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, a Portaria nº 329, de 26 de junho.

A norma visa aprovar os requisitos da avaliação da conformidade para o serviço de inspeção de contêiner-tanque destinado ao transporte rodoviário de produtos perigosos, disponibilizados no sítio
www.inmetro.gov.br ou no endereço do INMETRO, que consta na Portaria.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Acidente de percurso corresponde a 32,8% dos casos em Rio Claro/SP

Data: 03/06/2012 / Fonte: Jornal Cidade


Rio Claro/SP- Os acidentes de trabalho no percurso entre residência e local de trabalho, e vice-versa, representaram, em 2011, 32,80% (1.733) dos 5.282 acidentes registrados pelo Centro de Referência à Saúde do Trabalhador (Cerest) de Rio Claro e região. A constatação acontece no balanço divulgado ao JC pelo centro neste mês.

O "motivo de atendimento" do Cerest aponta 2.964 casos de acidente de trabalho típicos; 1.733 casos de acidente de trabalho de trajeto, e 312 casos de doença ocupacional.

De acordo com o Ministério da Previdência, equiparam-se a acidente do trabalho os casos ocorridos no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, com qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho.

Além disso, se encaixa na mesma categoria o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho; o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra; e no percurso da residência para o sindicato de classe, tratando-se de trabalhador avulso.

No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado a "serviço da empresa". Nesses casos, não há limite de prazo estipulado para que o acidentado atinja o local de residência, refeição ou de trabalho.

Trabalhadores repudiam 1ª morte nas obras da Copa 2014

Data: 12/06/2012 / Fonte: ICM

Rio de Janeiro/RJ - Diante da morte do trabalhador José Afonso de Oliveira Rodrigues, de apenas 21 anos, ocorrida na última segunda-feira nas obras do estádio nacional de Brasília Mané Garrincha, foi publicada nota de repúdio da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical internacional que representa cerca de 12 milhões de trabalhadores em mais de 120 países, incluindo as principais organizações sindicais do setor no Brasil.

Trata-se da primeira morte nas obras que preparam o país para a Copa de 2014. Para os trabalhadores da construção e madeira, casos como esse são inadmissíveis, e ainda acontecem devido à ausência de diálogo entre a FIFA, CBF, governos e empresas junto aos trabalhadores, que estão excluídos dos debates sobre a organização dos jogos.

Confira a nota:Rio de Janeiro, 12 de junho de 2012.

Luto nas obras da COPA

Reunidos em meio aos eventos relativos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), na cidade do Rio de Janeiro, nós, da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical internacional que representa cerca de 12 milhões de trabalhadores em mais de 120 países, incluindo as principais organizações sindicais do setor no Brasil, vimos por meio desta declaração expressar o profundo pesar e a indignação com relação à morte do trabalhador José Afonso de Oliveira Rodrigues, do setor da construção, enquanto desempenhava suas atividades no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, que será utilizado para os jogos da Copa de 2014.

Entendemos que esta é a primeira morte nas obras que preparam o país para a Copa de 2014. E isto já é demais. Podemos perceber que as experiências negativas vivenciadas nos preparativos de outros megaeventos esportivos voltam a se repetir. Nas obras que antecederam a Eurocopa de 2012, diversos trabalhadores perderam suas vidas enquanto trabalhavam para que grandes espetáculos esportivos pudessem ocorrer. Vítimas da falta de planejamento, da falta de treinamento proporcionado pelos empregadores e, em especial, pela falta de critérios sociais que controlem as condições de trabalho nos canteiros de obra, tais acidentes tornam-se um fato corriqueiro no setor da construção, ainda que inaceitável.

Com relação à Copa de 2014, a ausência de diálogo entre FIFA, CBF, governos e empresas junto aos trabalhadores implicam com que estes últimos, junto com seus sindicatos, sejam excluídos dos debates sobre a organização dos jogos. Evita-se, com isso, que os critérios sociais que deveriam orientar os preparativos de eventos esportivos sejam debatidos suficientemente a ponto de que se tornem referência e evitem acidentes como o ocorrido em Brasília.

De nossa parte, enquanto organizações sindicais de trabalhadores, seguiremos trabalhando para evitar que situações como esta se repitam.

Ambet Yuson,
Secretário-Geral da ICM