domingo, 16 de janeiro de 2011

Brasil ainda desconhece novidades em segurança contra incêndio

Após participarmos de alguns trei­namentos e eventos internacionais, como a Interschutz 2010, Willians Fire e National Foam, pre­­senciamos o alto nível tecnológico das em­presas do setor de prevenção e com­bate a incêndio. Consideramos, a par­­tir dis­to, que desconhecemos muitas tec­no­logias e produtos que no Brasil po­deriam ser empregados se realmente contás­semos com instituições que pudessem conduzir nossos bombeiros e profissio­nais especializados do ramo em direção a estas novas técnicas de combate ao fo­go. Acredito que uma "Universidade do Fogo" seria fundamental para qualificação destes profissionais com o conhecimento necessário para requisitar e implantar os recursos adequados a cada si­tua­ção de risco em todos os segmentos de mercado. Governo, instituições, orga­nismos e empresas do ramo em geral se­riam muito mais conscientes e compe­tentes em analisar os riscos que envolvem os profissionais do fogo, bem como os riscos específicos das indústrias e do co­mércio em geral, além da segurança do ser humano, evidentemente.

O risco na prevenção e com­bate ao fogo na Eu­ro­pa, Japão, Estados Unidos, Brasil, entre outros, é o mesmo. Por que não temos também os mesmos recursos e não alcançamos essa condição privilegiada de equipamentos modernos, tecnologia de ponta e uma capacitação profissional de qualidade? A resposta é que o mo­delo de gestão atual  impede a competiti­vidade e profis­sionalismo em nível inter­nacional.

O Corpo de Bombeiros deveria ter maior autonomia do Estado reivindicando substancial recurso da Taxa de Seguro Incêndio revertido em aperfeiçoamento técnico, modernização dos equipamentos, viaturas, com alto nível de treinamento. A instituição deveria ser o mo­delo padrão, a referência de ­recursos modernos de alta tecnologia, para que as empresas a copiassem. Deveríamos ter uma única legislação brasileira de in­cêndio, modernizando o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico com pa­drões NFPA (National Fire Protec­tion Association).

Temos excelentes profissionais no ra­mo, mas a grande maioria não tem acesso à capacitação com treinamento adequado porque os recursos são limitados pelo Estado ou por empresas privadas. Nem todos possuem ou utilizam os EPIs e equipamentos apropriados para o bom desempenho das suas ­respectivas funções no combate ao fogo. Embora is­so seja uma realidade, também é real que estamos mudando conceitos e revisando nossa maneira de enxergar. Esta­mos avançando. Entre as tecnologias a­pli­cadas que ainda não acessamos e es­tamos muito atrasados estão os extinto­res.

Autores: Oswaldo Cren e Aparecido Daniel Baldória
Fonte: Revista Emergência

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