quarta-feira, 20 de junho de 2012

Acidente de percurso corresponde a 32,8% dos casos em Rio Claro/SP

Data: 03/06/2012 / Fonte: Jornal Cidade


Rio Claro/SP- Os acidentes de trabalho no percurso entre residência e local de trabalho, e vice-versa, representaram, em 2011, 32,80% (1.733) dos 5.282 acidentes registrados pelo Centro de Referência à Saúde do Trabalhador (Cerest) de Rio Claro e região. A constatação acontece no balanço divulgado ao JC pelo centro neste mês.

O "motivo de atendimento" do Cerest aponta 2.964 casos de acidente de trabalho típicos; 1.733 casos de acidente de trabalho de trajeto, e 312 casos de doença ocupacional.

De acordo com o Ministério da Previdência, equiparam-se a acidente do trabalho os casos ocorridos no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, com qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho.

Além disso, se encaixa na mesma categoria o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho; o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra; e no percurso da residência para o sindicato de classe, tratando-se de trabalhador avulso.

No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado a "serviço da empresa". Nesses casos, não há limite de prazo estipulado para que o acidentado atinja o local de residência, refeição ou de trabalho.

Trabalhadores repudiam 1ª morte nas obras da Copa 2014

Data: 12/06/2012 / Fonte: ICM

Rio de Janeiro/RJ - Diante da morte do trabalhador José Afonso de Oliveira Rodrigues, de apenas 21 anos, ocorrida na última segunda-feira nas obras do estádio nacional de Brasília Mané Garrincha, foi publicada nota de repúdio da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical internacional que representa cerca de 12 milhões de trabalhadores em mais de 120 países, incluindo as principais organizações sindicais do setor no Brasil.

Trata-se da primeira morte nas obras que preparam o país para a Copa de 2014. Para os trabalhadores da construção e madeira, casos como esse são inadmissíveis, e ainda acontecem devido à ausência de diálogo entre a FIFA, CBF, governos e empresas junto aos trabalhadores, que estão excluídos dos debates sobre a organização dos jogos.

Confira a nota:Rio de Janeiro, 12 de junho de 2012.

Luto nas obras da COPA

Reunidos em meio aos eventos relativos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), na cidade do Rio de Janeiro, nós, da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical internacional que representa cerca de 12 milhões de trabalhadores em mais de 120 países, incluindo as principais organizações sindicais do setor no Brasil, vimos por meio desta declaração expressar o profundo pesar e a indignação com relação à morte do trabalhador José Afonso de Oliveira Rodrigues, do setor da construção, enquanto desempenhava suas atividades no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, que será utilizado para os jogos da Copa de 2014.

Entendemos que esta é a primeira morte nas obras que preparam o país para a Copa de 2014. E isto já é demais. Podemos perceber que as experiências negativas vivenciadas nos preparativos de outros megaeventos esportivos voltam a se repetir. Nas obras que antecederam a Eurocopa de 2012, diversos trabalhadores perderam suas vidas enquanto trabalhavam para que grandes espetáculos esportivos pudessem ocorrer. Vítimas da falta de planejamento, da falta de treinamento proporcionado pelos empregadores e, em especial, pela falta de critérios sociais que controlem as condições de trabalho nos canteiros de obra, tais acidentes tornam-se um fato corriqueiro no setor da construção, ainda que inaceitável.

Com relação à Copa de 2014, a ausência de diálogo entre FIFA, CBF, governos e empresas junto aos trabalhadores implicam com que estes últimos, junto com seus sindicatos, sejam excluídos dos debates sobre a organização dos jogos. Evita-se, com isso, que os critérios sociais que deveriam orientar os preparativos de eventos esportivos sejam debatidos suficientemente a ponto de que se tornem referência e evitem acidentes como o ocorrido em Brasília.

De nossa parte, enquanto organizações sindicais de trabalhadores, seguiremos trabalhando para evitar que situações como esta se repitam.

Ambet Yuson,
Secretário-Geral da ICM

Após acidente rapaz fica soterrado no aeroporto de Foz do Iguaçu

Data: 19/06/2012 / Fonte: G1 PR



Foz do Iguaçu/PR - Um rapaz de 26 anos que trabalhava em uma obra no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, foi soterrado enquanto cavava um buraco de aproximadamente três metros de profundidade nesta terça-feira (19). Ele foi encaminhado para o Hospital Municipal, passou por exames e recebeu alta. O jovem não teve nenhum tipo de ferimento mais sério.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o trabalhador utilizava capacete e isso o ajudou a passar pelo imprevisto sem complicações. Ele ficou cerca de uma hora e meia embaixo da terra.

Outro colega, que operava um maquinário também se envolveu no acidente. Da mesma maneira, ele foi encaminhado para hospital e recebeu alta logo em seguida.

Ao G1, o administrador da obra, Santiago Parque, explicou que um caminhão betoneira passou próximo ao local onde os trabalhadores trabalhavam na escavação e por ser um veículo pesado provocou o deslocamento da terra. Segundo Parque, não houve imprudência e o profissional estava com todos os equipamentos de segurança. "Ele mesmo ajudou os bombeiros a desenterrar o próprio corpo, o que mostra que ele estava em perfeitas condições físicas", disse o administrador da obra (...). Ele disse ainda que a obra está dentro das normas, com três técnicos de seguranças do trabalho, dois engenheiros do trabalho e que a empresa acompanha todo o caso junto com o trabalhador".

O profissional é contratado por uma empresa terceirizada que presta serviço na obra.

Transtorno mental é 3ª causa de afastamento do trabalho

Os transtornos mentais respondem pela terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil, de acordo com levantamentos realizados pela Previdência Social de 2008 para cá.

Essas doenças perdem apenas para as do sistema osteomuscular, caso da LER (Lesão por Esforço Repetitivo), e as lesões traumáticas.

Muitas vezes as patologias psiquiátricas se desenvolvem a partir do que se chama de estresse ocupacional. "Ele é ocasionado por vários fatores", considera Duílio Antero de Camargo, psiquiatra, médico do trabalho e coordenador do Grupo de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

"Ter de cumprir metas abusivas, por exemplo. Há muita cobrança, muita competitividade nos ambientes corporativos, e a pressão que se forma leva às alterações."

Entre os males, o mais comum é a depressão. "Em determinados anos, responde por mais de 50% dos afastamentos por transtorno mental", contabiliza Camargo.

Como ela é mais comum entre as mulheres - na proporção de 3 para cada homem -, diz o médico, sua incidência predomina nas ocupações em que há mais profissionais do sexo feminino. "É muito verificada entre professoras", comenta.

E também se relaciona à fase da vida da mulher. "Pode aparecer quando ela está mais vulnerável, como após o nascimento de um filho ou na menopausa, períodos em que há várias alterações na parte endocrinológica."

Segunda colocada no ranking das causas de afastamento por doença psiquiátrica, a ansiedade pode estar associada a transtornos de estresse pós-traumático - eles surgem depois de acidentes graves com risco de morte.

Policiais e bombeiros são tradicionalmente os profissionais mais afetados, mas bancários, bastante sujeitos a assaltos, e caminhoneiros, que sofrem sequestros relâmpago sobretudo nas madrugadas, entraram para o grupo de risco.

Em terceiro lugar da lista estão as perturbações originadas pelo consumo de substâncias psicoativas, como álcool, maconha e cocaína. Elas atacam principalmente quem lida com aspectos sociais que a maioria das pessoas prefere evitar, caso de lixeiros e coveiros.

Esgotamento

Um dos distúrbios característicos do mercado de trabalho atual é o Burnout, uma síndrome de esgotamento profissional.

"Acomete pessoas perfeccionistas, que fazem do trabalho uma missão de vida e, quando não veem resultado ou reconhecimento, não conseguem mais realizar as tarefas às quais sempre se dedicaram", descreve o psiquiatra do HC.

Nesses casos, mais uma vez os professores são as grandes vítimas.

Ansiedade

Vendedores que precisam cumprir metas quase impossíveis; executivos que tomam decisões vitais para a companhia; policiais, bombeiros e seguranças, que correm risco iminente de morte; profissionais da saúde, cuja responsabilidade é salvar vidas. O distúrbio adquire várias facetas, como a Síndrome do Pânico.
Síndrome de Burnout
É a completa exaustão emocional. O acometido pela doença não consegue mais exercer o trabalho a que antes se dedicava arduamente, por falta do devido reconhecimento ou dos resultados esperados ao longo de anos. Professores são bastante afetados.

Depressão

É o transtorno mental mais comum no mercado de trabalho e ataca mais as mulheres, especialmente nas fases da vida em que estão emocionalmente fragilizadas - como na chegada da menopausa; professoras são vítimas frequentes desse distúrbio.

Drogas

Atividades monótonas e repetitivas funcionam como gatilho para o consumo de álcool e de outras substâncias viciantes. Também recorrem a elas profissionais que precisam lidar com aspectos indesejáveis do cotidiano, como os coveiros e os lixeiros.


Data: 14/06/2012 / Fonte: UOL