domingo, 26 de junho de 2011

Estresse leva mais de 1 milhão a se afastar do trabalho

Problemas causados pelo estresse - depressão, alcoolismo, hipertensão, dor de cabeça e outros - levaram 1,3 milhão de brasileiros a se afastarem do trabalho e receberem auxílio-doença, segundo uma pesquisa recente da UnB (Universidade de Brasília), divulgada no começo de abril.

O estudo também mapeou as principais causas de afastamento dos trabalhadores. Entre os principais motivos, além dos problemas mentais decorrentes do estresse, está a esquizofrenia.

Para Anadergh Barbosa Branco, professora de medicina do trabalho da UnB e autora do estudo, a falta de um exame preciso que comprove distúrbios psicológicos, como a depressão, faz com que os funcionários nesse estágio de estresse não saibam lidar com o problema, assim como a maioria das empresas.

O número de funcionários afastados, registrado em 2008, é preocupante e mostra a sociedade como "criadora de uma legião de incapacitados", afirma Anadergh.

"As doenças da mente representam cada vez mais um fator importante [de afastamento no trabalho], com maior curso e duração, e estão crescendo em quantidade. Há um custo social alto para o governo e para a sociedade. É preciso acordar para isso", diz.

Dentro do trabalho, as causas do quadro depressivo podem ser inúmeras: cobranças incessantes e assédio moral, por exemplo.

Já do lado de fora, o fim de um relacionamento e a perda de um parente querido podem motivar tristeza profunda e dificuldade para lidar com o dia a dia.

O mais importante após o diagnóstico, independente do nível de estresse, é procurar tratamento imediato. Anadergh afirma que isso requer, inevitavelmente, afastamento temporário da rotina do emprego.


Não é frescura

Visto como "frescura" por patrões despreparados, o estresse leve pode levar a prejuízos maiores se não for tratado com urgência.

Segundo uma pesquisa da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, mesmo os "estressados leves" acabam incapacitados ao longo do tempo.

Mais de 17 mil trabalhadores na região de Estocolmo, na Suécia, foram avaliados entre 2002 e 2007. No período, 649 passaram a receber ajuda por problemas de saúde a longo prazo; 203 tiveram danos psicológicos; e boa parte do grupo restante acabou afastado por desgaste físico.

Mesmo o estresse leve aumenta em 70% a necessidade de afastamento do trabalho. Isso acontece mesmo se forem considerados fatores externos que influenciam os resultados da pesquisa, como uso de álcool.

Ao menos 66% dos entrevistados na pesquisa britânica pediram afastamento do trabalho por problemas mentais.


Sofrimento constante

Estar triste ou preocupado por uma coisa pontual é normal, mas é preciso ficar atento se o sofrimento é constante, diz a presidente da Isma-BR (Associação Internacional de Cuidados com o Estresse, em tradução do inglês), Ana Maria Rossi.

Sintomas físicos como tensões musculares, dores de cabeça e dores no intestino são características de quem precisa de tratamento médico e não está se cuidando como deveria. Também há sinais emocionais, como ansiedade, culpa, depressão e raiva, que levam a ações inadequadas e "explosões" no trabalho.

No Brasil não é diferente. Além das estatísticas levantadas pela UnB, a Isma aponta que 70% da população brasileira sofre de estresse. Desse total, 30% apresentam burnout, que é o estado de exaustão física e mental que pode levar à depressão e até ao suicídio.

Ana Maria também chama a atenção para os prejuízos significativos com isso, já que o auxílio-doença é cedido pelo Ministério da Previdência, ou seja, tem origem em dinheiro público.

"Estimamos que [o prejuízo] seja de 3,5% do PIB [Produto Interno Bruto] do país, considerando faltas, ausência na empresa, presenteísmo [quando a pessoa está fisicamente no local, mas alheia ao que faz], e a licença-médica, com os problemas todos de saúde. O prejuízo maior é do trabalhador, que prejudica o seu bem maior, que é a sua saúde", afirma.



Fonte: R7 

Síndrome da pressa prejudica desempenho profissional

Nove em cada 10 pessoas sofrem com as mais variadas formas de estresse. É o que afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS), que alerta para as doenças relacionadas ao estresse, como problemas cardiovasculares, depressão, câncer e diabetes. A pressão no trabalho e o ritmo de vida acelerado podem desencadear o problema. "Até certo ponto o estresse é saudável ao organismo, mas em excesso prejudica a qualidade de vida", aponta o gestor de carreira Sidney Zenobio, de uma empresa de recursos humanos.

Zenobio explica que no ambiente de trabalho ninguém está livre de sofrer uma situação estressante. A cobrança por resultados, o excesso de atividades e até mesmo a necessidade de cumprir metas afetam o equilíbrio do corpo. "O ambiente de trabalho pode ser um dos grandes culpados pelo estresse de seus colaboradores. Em alguns casos alguns funcionários desenvolvem a chamada a Síndrome da Pressa, que prejudica o desempenho no trabalho e a vida pessoal do trabalhador", ressalta.

A síndrome torna o funcionário mais competitivo, agressivo e com desejo de produzir mais em menos tempo. O profissional fica com dificuldade de concentração e a criatividade é afetada devido ao imediatismo na hora de resolver os problemas. "As pessoas buscam resultados rápidos em todos os aspectos cotidianos, seja na vida pessoal ou no trabalho. Quem não sabe lidar direito com o tempo sofre mais, principalmente pela obrigação em cumprir prazos e horários", acrescenta.

Os médicos caracterizam a síndrome como um quadro permanente de ansiedade, que pode se transformar em sérias doenças. Estimativas apontam que pelo menos 30% dos trabalhadores no Brasil sofrem com o mal. "A cultura que prevalece nas empresas é a cobrança pela superação de limites, a necessidade de sempre fazer o melhor do melhor. O resultado são pessoas que se cobram em excesso para cumprir tudo o que é exigido, desencadeando o estresse", observa.

Quem sofre com a síndrome da pressa está em constante estado de alerta, irritado e impaciente. O acúmulo de atividades é um dos itens que devem ser observados no diagnóstico do problema. "O profissional não consegue se desligar das tarefas do trabalho. Quase nunca se permite ter algum momento de lazer e, quando consegue separar um tempo para se divertir, não consegue aproveitá-lo da melhor forma", destaca.

Para ter uma melhor qualidade de vida e se livrar da síndrome da pressa, o tratamento mais eficiente é mudar a maneira de encarar as situações do dia a dia. "Não existe uma receita de bolo. Cada um tem que se analisar e ver o que está errado, se há algo em excesso ou faltando para alcançar o equilíbrio. Um bom funcionário não é o que produz mais e sim o que trabalha com qualidade e obtém resultados satisfatórios", enfatiza.

As empresas também têm que fazer a sua parte e oferecer um ambiente agradável para seus colaboradores. Ginástica laboral, jornada de trabalho reduzida e programas que valorizem o bem-estar físico e psicológico dos profissionais reduzem os riscos do surgimento do problema. "Algumas pessoas necessitam inclusive de tratamento psicológico para aprender a conciliar o trabalho, a vida pessoal e o tempo. Dependendo da situação é necessário ainda afastamento do trabalho, mudança de hábitos e medicação", finaliza.


 Fonte: Canal Executivo

Dor no pescoço é vice–campeã de reclamações no trabalho

São Paulo/SP - A dor no pescoço é vice-campeã de reclamações nos locais de trabalho. A campeã é a dor nas costas. Nos Estados Unidos, por exemplo, pacientes crônicos têm direito a reduzir atividades que possam agravar o quadro e a acomodações apropriadas no ambiente profissional. De acordo com o ortopedista Gilberto Anauate, do Hospital Santa Paula (SP), a dor no pescoço não é causada apenas pela má postura, podendo ser um problema emocional.

"O estresse pode ser o grande vilão da cervicalgia em grande parte dos casos. Os músculos localizados atrás do pescoço têm de estar sempre tensos para suportar a parte de cima do corpo. Quando eles trabalham além da conta, sofrendo contrações constantes de fundo nervoso, a dor é inevitável. Inclusive, pode ser irradiada para os ombros ou ainda resultar em dor de cabeça", diz o médico.

O ortopedista afirma que, por apresentar grande mobilidade em relação ao restante da coluna, a região cervical está mais sujeita a dores e contraturas musculares devido à friagem e, principalmente, episódios de alta tensão psicológica. Uma vez diagnosticada a raiz do problema, Anauate orienta o paciente a buscar ajuda especializada.

"Cada vez mais surgem recursos terapêuticos que podem amenizar a dor no pescoço. O paciente pode ser orientado a seguir um tratamento à base de anti-inflamatórios e relaxantes musculares, ou mesmo a buscar terapias complementares, como a acupuntura. O ideal é que seja feita uma investigação personalizada". O médico faz ainda um alerta: "Ninguém pode se acostumar com a dor. Se ela começar a irradiar para os braços, ou se o paciente começar a sentir `pinçadasÂ’ no pescoço, é necessário uma investigação diagnóstica mais detalhada".


Fonte: Portal Viver Melhor

Exposição a produtos pode causar intoxicação ocupacional

A exposição por longos períodos a determinados produtos pode afetar a saúde de trabalhadores. Alguns profissionais estão expostos a substâncias que manuseadas sem proteção, mesmo não sendo tóxicas, podem causar doenças sérias. São materiais que atacam o organismo durante o trabalho causando intoxicação ocupacional.

Profissionais do campo e marceneiros, por exemplo, ficam expostos à poeira. As partículas prejudicam o sistema respiratório. "Há mais de 30 anos trabalho com isso e não consigo acostumar com o pó que sai da madeira. Tenho muita tosse e isso afeta meus clientes também", diz o marceneiro José Oliveira.

"Os ambientes de trabalho empoeirados atacam pulmões e desencadeiam reações alérgicas em todo o sistema respiratório. E o acúmulo da poeira no organismo pode trazer consequências ainda mais sérias do que apenas tosse e crises de espirro", explicou o professor de toxicologia ocupacional, Fernando Barbosa.

Uma empresa de marmoraria da região implantou um novo sistema para o corte da pedra. As máquinas fazem corte hidráulico e, ao invés de liberarem poeira, liberam água. "Em primeiro lugar vem o funcionário. Quem trabalha com saúde, trabalha melhor. E isso reflete também nos resultados da empresa", afirmou o proprietário Alexandre Barbosa Filho.

Em 2010, o Departamento de Vigilância e Saúde registrou apenas dois casos de intoxicação ocupacional em Ribeirão Preto. Mas a estatística não significa total proteção aos trabalhadores. Pouco mais de 33% dos casos registrados de 2007 até hoje são de causa desconhecida. "Os diagnósticos de intoxicação ocupacional ainda são muito falhos. Não se relacionam os sintomas a possíveis condições de trabalho dos pacientes", afirmou a chefe do departamento Maria Luisa Santa Maria.



Fonte: EPTV

sábado, 11 de junho de 2011

Atividade dos TSTs em debate no último dia da PrevenSul

Porto Alegre/RS - A 14ª edição da PrevenSul - Feira e Seminário de Saúde, Segurança do Trabalho e Emergência chega ao fim nesta sexta-feira, dia 10 de junho. Na programação técnica paralela do último dia da feira estão o Seminário Nacional NR 12, o 16º Encontro Estadual dos Técnicos de Segurança do Trabalho do RS e workshops para atualização em SST.

O Seminário Nacional NR 12, com o tema "O Impacto da Nova Norma de Proteção de Máquinas", foi um dos destaques da programação e atraiu cerca de 130 profissionais que lotaram o auditório. Com a revisão da norma em dezembro de 2010, o novo texto da NR 12, que trata da segurança em máquinas e equipamentos, está muito mais completo e abrangente. Antes englobava apenas seis itens principais e dois anexos, agora passou a especificar 19 itens principais, contanto com três apêndices, sete anexos e um glossário.

Ministrado pelos engenheiros de Segurança do Trabalho Armando Augusto Martins Campos e João Baptista Beck Pinto, o seminário apresentou, interpretou e discutiu detalhes da atualização da norma. Priorizando a contextualização e o aspecto prático, com enfoque nos tipos de máquinas e equipamentos, nas metodologias, nas avaliações de risco, nas medidas de controle e nos cenários de emergência.

Para o consultor e engenheiro de segurança Armando Campos, o seminário bem como todas as demais oportunidades de atualização precisam ser aproveitadas pelos profissionais. "A proteção de máquinas agora é requisito legal e sendo assim, pode gerar ações regressivas para as empresas, porque na hora em que você tira um dispositivo de uma máquina, você vai ser responsabilizado legalmente por isso", reforça.


Encontro
O 16º Encontro Estadual dos Técnicos de Segurança do Trabalho do RS promove a integração de alunos, escolas, sindicato e profissionais, para abrir o diálogo sobre o cenário atual e perspectivas da saúde e segurança do trabalho no país. O foco principal de discussão do Sinditest/RS é a importância e a forma de atuação do técnico em Segurança no Trabalho na promoção da saúde do trabalhador.

Durante abertura do encontro, o presidente do Sinditest-RS, Carlos Alberto Nascimento, reforçou a importância de um maior envolvimento da categoria para se obter melhores condições de trabalho. "Precisamos amplificar a ideia de que trabalhamos pela saúde dos trabalhadores", afirmou Nascimento, que ainda destacou que quando se atua e se fala na área de prevenção, é impossível deixar de lado o emocional.

Além de debates e palestras técnicas, o evento promove à tarde o Show do Conhecimento em saúde e segurança do trabalho, uma disputa descontraída entre os alunos de escolas formadoras de Técnicos em Segurança do Trabalho em um divertido jogo de perguntas e respostas sobre SST.

Workshops
Estão ainda na programação workshops para atualização de profissionais em Saúde e Segurança no Trabalho. Pela manhã, ministrado por Armando Augusto Martins Campos, o workshop "Metodologia Wardrobe para Análise de Riscos em Atividades com Eletricidade e Espaços Confinados" apresentou uma metodologia para análise de riscos em atividades com eletricidade (NR 10) e espaços confinados (NR 33), indicando suas vantagens e limitações.

Começando pela manhã e terminando à tarde, estão outros três workshops: "Faça o Programa de Proteção Respiratória", sobre os requisitos mínimos de um PPR, documento básico e procedimentos escritos e preparação de um programa completo; "Responsabilidade Civil e Criminal dos Profissionais da Área de SST", que capacita os profissionais que atuam na área sobre os procedimentos e rotinas dos processos judiciais; e "Gestão de Pessoas: Gerenciando Conflitos e Criando Ambientes Saudáveis de Trabalho", que estuda os conflitos laborais e seu impacto nas relações humanas.

Fonte: Redação Revista Proteção

Trabalho doméstico é tema da 100ª Conferência da OIT

Genebra - Representantes de mais de 180 países estavam presentes na abertura da 100ª Conferência Internacional do Trabalho, no dia 1º de junho em Genebra, Suíça. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) pretende aprovar uma convenção e recomendações para trabalhadores domésticos até o dia 17 de junho, quando a conferência se encerra.

O diretor-geral da OIT, Juan Somavia, vê no evento o momento ideal para discutir o papel do trabalho e acredita na importância do diálogo social para o melhor desenvolvimento da sociedade. "O mundo enfrenta um sério desafio de justiça social. Nesta centésima Conferência, governos e delegações de empregadores e trabalhadores irão considerar como eles, representantes da economia real, vão enfrentar esse desafio", disse Somavia.

Os temas prioritários da conferência deste ano são o trabalho doméstico, trabalho decente, inspeção do trabalho, igualdade no mercado de trabalho e proteção social. Uma convenção e uma recomendação deverão ser adotadas durante a discussão do trabalho doméstico. Segundo a OIT, foram aprovadas mais de 180 convenções do trabalho e mais de 170 recomendações nessas 100 conferências internacionais já realizadas e, até o final de 2010, foram constatadas mais de 7000 ratificações feitas pelos 183 países que participam do encontro anual da OIT.

Brasil na conferência
O Brasil faz parte Grupo de Trabalho da América Latina - Grulac, em que se reúne com Argentina, Venezuela, Chile e México, além de países do Caribe. Juntos, irão traçar estratégias para a construção das normas da Convenção e Recomendação para os trabalhadores domésticos.

A necessidade de normas internacionais que protejam os direitos humanos dos trabalhadores domésticos é um dos pontos defendidos pela delegação brasileira. Esses trabalhadores muitas vezes sofrem agressões físicas e morais em seus trabalhos. A América Latina possui cerca de 14 milhões de trabalhadores domésticos, e 7 milhões deles trabalham no Brasil.

Participação do MPT
Este ano será a primeira vez na conferência que o Ministério Público do Trabalho (MPT) terá um espaço para apresentar as ações da instituição e sua experiência em transmitir os direitos da sociedade. Participam da conferência o procurador-geral do Trabalho, Otavio Brito Lopes, a subprocuradora-geral do Trabalho, Evany Selva, e a procuradora do Trabalho, Ludimila Reis.

Otavio Brito Lopes vê a discussão sobre o trabalho doméstico em um evento internacional do porte da conferência como uma prova de que as pessoas estão se preocupando com estes profissionais. "É importante acabar com a discriminação que existe em relação ao trabalho doméstico e é preciso também combater o trabalho doméstico infantil, que no Brasil ainda é uma realidade", disse Lopes.

Fonte: Redação Revista Proteção*
 

*com informações da Agência MPT



Mais de 100 milhões de crianças trabalham em serviços perigosos

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou, no dia 10 de junho, um relatório sobre o trabalho infantil perigoso. Os dados mostram que há no mundo 115 milhões de crianças (7% do total de crianças e adolescentes) nesse tipo de atividade. Segundo o relatório, esse número é quase metade dos trabalhadores infantis (215 milhões). É considerado trabalho perigoso qualquer tipo de atividade que possa ser prejudicial à saúde e à integridade física e psicológica da criança.

O relatório também afirma que embora o número total de crianças entre 5 e 17 anos em trabalhos perigosos tenha caído entre 2004 e 2008, houve aumento de 20% na quantidade de crianças entre 15 e 17 anos nessas atividades, passando de 52 milhões para 62 milhões.

O documento diz que o maior número de crianças em trabalhos perigosos está na Ásia e no Pacífico, onde há 48,1 milhões. Contudo, é na África Subsaariana que se encontra o maior número proporcional de crianças em trabalhos perigosos - são 38,7 milhões para uma população total de 257 milhões.

Na América Latina há 9,43 milhões de crianças desenvolvendo trabalho perigoso. Nas outras regiões, como a Europa e a América do Norte, há registro de 18,9 milhões de crianças nesse tipo de atividade.

O estudo afirma ainda que a redução do trabalho infantil perigoso foi maior para as meninas do que para os meninos. Entre 2004 e 2008 houve uma redução de 9% no número de meninos realizando trabalhos perigosos, enquanto no mesmo período a redução do número de meninas foi 24%.

A agricultura é o setor onde há o maior número de crianças trabalhando, 59% delas em atividade perigosa, com idade entre 5 e 17 anos. Fazem parte desse setor a pesca, a silvicultura, o pastoreio e a agricultura de subsistência. O restante está dividido entre o setor de serviços (30%) e em outras atividades (11%). O relatório diz ainda que pelos menos um terço das crianças faz trabalhos domésticos e não recebe nenhuma remuneração para isso.

O estudo afirma ainda que as crianças e os jovens que desenvolvem trabalho perigoso sofrem mais acidentes do que os adultos. O relatório cita que a Agência Europeia para a Seguridade e Saúde no Trabalho chegou à conclusão de que os jovens têm 50% mais chances de sofrer alguma lesão do que os adultos.

O estudo lembra que, no Brasil, foram registradas entre 2007 e 2009 mais de 2,6 mil lesões de trabalho em crianças. No Chile, em 2008, foram observadas mais de mil lesões em jovens com idade entre 15 e 17 anos.

Para acabar com o trabalho perigoso de crianças e de adolescentes em todo o mundo,o relatório recomenda a todos os governos que sejam tomadas medidas com base em três eixos. A primeira é que os governos devem assegurar que as crianças frequentem a escola até, pelo menos, a idade mínima permitida para o trabalho. Os governos também devem melhorar as condições sanitárias próximas aos locais onde é realizado o trabalho e adotar medidas específicas para jovens que tenham entre a idade mínima para trabalhar e 18 anos.

Também devem ser adotadas medidas jurídicas para atuação contra o trabalho infantil perigoso, com a colaboração de empregadores e trabalhadores.

Fonte: Agência Brasil

O colesterol supermau

Cientistas britânicos descobrem um tipo de colesterol que adere mais à parede das artérias, elevando as chances de infarto


Cilene Pereira


Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, anunciaram a descoberta do tipo de colesterol mais nocivo identificado até agora. Trata-se, na verdade, de uma forma de LDL com ação ainda mais prejudicial. Conhecido como colesterol ruim, o LDL deposita-se na parede dos vasos sanguíneos, obstruindo a passagem do sangue. A falta da irrigação sanguínea pode levar a um infarto do miocárdio (se ocorrer no coração) ou a um acidente vascular cerebral (AVC), quando a interrupção da circulação se dá em um vaso localizado no cérebro. O trabalho que revelou como se dá a formação do novo gênero de colesterol foi patrocinado pela Associação Britânica para o Coração e está publicada na edição online da revista científica “Diabetes”.

O que os cientistas descobriram foi que, em determinadas circunstâncias, o LDL passa por um processo no qual moléculas derivadas do açúcar juntam-se a ele. Quando isso acontece, o LDL muda de formato. “Essa alteração expõe regiões na superfície do LDL que apresentam maior poder de aderência à parede dos vasos sanguíneos do que o LDL original”, explicou à ISTOÉ Naila Rabbani, pesquisadora do Grupo de Pesquisa de Sistemas Biológicos da universidade e coordenadora do trabalho. O resultado é que esse LDL (batizado de Mgmin-low-density lipoprotein) gruda mais nas paredes das artérias, tornando o acúmulo de gordura mais intenso.

Os pesquisadores acreditam que esta é uma das razões pelas quais os diabéticos sejam tão vulneráveis a acidentes cardiovasculares. Nesses pacientes, a concentração das moléculas derivadas de açúcar que modificam a forma do LDL é de duas a cinco vezes maior do que entre os não-diabéticos. Portanto, argumentam eles, é de se supor que os portadores de diabetes apresentem taxas mais elevadas desse colesterol. Além deles, os estudiosos creem que os idosos também sejam mais vulneráveis.

Por enquanto, não há medicação específica contra o colesterol supermau. Tampouco há um exame diagnóstico disponível. “Mas estamos trabalhando nisso”, adiantou Naila. A única maneira de se proteger é adotar uma dieta equilibrada, evitando excessos com açúcar e gorduras. “É preciso tentar evitar a oxidação do LDL”, explicou o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo.



Fonet: Revista Istoé
 

Mais proteção contra o câncer de pele

Duas novas medicações são eficazes para prolongar a vida dos portadores de melanoma, um dos mais agressivos tumores

Cilene Pereira


Dois novos medicamentos contra o melanoma – o tipo mais agressivo de câncer de pele – trouxeram esperanças para os portadores da doença e, cada um a seu modo, inauguraram caminhos diferentes para o combate à doença. O primeiro, chamado vemurafenibe, tem ação sobre uma mutação genética relacionada à aceleração do avanço do tumor. O segundo, batizado de ipilimumabe, age em outra esfera. Ele atua sobre o sistema imunológico, deixando as células de defesa mais fortes para localizar e destruir os focos tumorais.

Os primeiros resultados dos estudos sobre a eficácia das drogas foram divulgados na última semana, durante o congresso da Associação Americana de Oncologia Clínica, realizado nos Estados Unidos. Por causa do impacto, figuraram entre os grandes destaques do encontro, considerado o mais importante da área. Para se ter uma ideia, pacientes que usaram o vemurafenibe por três meses manifestaram um risco de morte 63% menor em comparação aos que foram medicados com o quimioterápico dacarbazine. Em relação ao ipilimumabe, entre os que receberam a medicação, 24% estavam vivos depois de dois anos. No grupo dos pacientes não medicados com a nova droga, esse índice foi de 14%.

Os números impressionam principalmente quando se leva em consideração que as pesquisas foram feitas com pacientes de melanoma metastático – ou seja, que já havia se espalhado para outras partes do corpo e, portanto, de maior gravidade. Após as apresentações, os dois laboratórios farmacêuticos responsáveis pela produção dos remédios – Roche, fabricante do vemurafenibe, e Bristol-Myers Squibb, do ipilimumabe – decidiram iniciar um trabalho para testar a eficácia da combinação entre as duas drogas. “Estamos interessados em saber se essa estratégia pode melhorar o tratamento”, disse Brian Daniels, da Bristol-Myers. Na opinião do oncologista brasileiro Antonio Buzaid, chefe-geral do Centro de Oncologia Avançada do Hospital São José, em São Paulo, a associação de drogas de fato é um bom caminho. “O resultado das pesquisas sinaliza um grande avanço”, disse. “Mas a combinação de drogas pode melhorar ainda mais o tratamento.”

Para o futuro, há promessas de avanço no diagnóstico. Uma delas é a aplicação de um adesivo. Ele é colocado so­bre manchas com aparência suspeita (que podem se transformar em melanoma). “Quando é retirado, leva nele células da pele que são analisadas para ver se têm potencial cancerígeno”, explicou à ISTOÉ William Wachsman, pesquisador americano envolvido no desenvolvimento do adesivo. Ele acredita que o recurso estará disponível em dois anos.


Fonte: Revista Istoé

OMS: Uso de celulares "pode ser cancerígeno"

Pesquisadores classificaram risco crescente de glioma, um tipo de câncer do cérebro, relacionado ao uso dos aparelhos

AFP

O Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (CIRC), agência especializada da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou nesta terça-feira (31) que o uso de telefones celulares deve ser considerado como fator "possivelmente cancerígeno para o ser humano".
"Testes sobre o assunto, nos campos eletromagnéticos de radiofrequência, apontam campos muito fortes para justificar uma preocupação quanto a esta classificação, considera Jonathan Samet, presidente do grupo de pesquisa patrocinado pelo CIRC, após uma reunião de oito horas em Lyon (região central da França) com cerca de 30 especialistas de 14 países.
"O grupo de pesquisa busca classificar (...) por meio de estudos epidemiológicos um risco crescente de glioma, um tipo de câncer do cérebro relacionado ao uso de celular", disse Jonathan Samet em uma entrevista coletiva. Esta classificação significa que "pode haver risco e que, por isso, devemos ficar atentos à relação entre os telefones celulares e o aparecimento do câncer", concluiu.
Segundo Christopher Wild, diretor do CIRC, "é importante a realização de pesquisas complementares sobre a utilização intensiva, a longo prazo, dos celulares". "Durante a espera da disponibilização de tais informações, é importante tomar medidas pragmáticas, a fim de reduzir a exposição (às ondas)", acrescentou, citando a utilização de kits que deixam as mãos livres e os SMS.
O grupo de trabalho não quantificou o risco, mas faz referência a um estudo sobre o uso desses aparelhos até 2004, que mostravam um aumento de 40% do risco de gliomas entre os maiores usuários (definidos, na época, como os que acionavam o aparelho durante 30 minutos por dia durante 10 anos).
Os especialistas estudam, também, os riscos em outros campos eletromagnéticos, tais como radares, micro-ondas, emissores de rádio ou televisão, ou telecomunicação sem fio, considerado as provas, nestes casos, ainda insuficientes.



Fonte: Revista Istoé

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Depressão é uma das principais causas de afastamento

A Organização Mundial de Saúde calcula que 17 milhões de brasileiros têm depressão. Isso quer dizer que, de cada cem pessoas, nove estão com o problema.

A auxiliar administrativa Lídice Freire termina em junho o tratamento de um ano. Viu que precisava de ajuda quando passou a sentir um desconforto permanente. "Muita ansiedade, memória falha, desmotivação, fora a insônia que eu já tinha".

O desempenho caiu muito, em casa e no trabalho. "Eu não estava conseguindo ser aquela supermãe, aquela superprofissional".

Problemas no trabalho podem ser responsáveis pela depressão, como a sobrecarga de tarefas, a falta de perspectiva de crescimento profissional, o ambiente ruim entre os colegas e com a chefia.

Transtornos mentais e de comportamento, como a depressão, já são a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil. Só no ano passado, mais de 80 mil profissionais tiraram licença pelo INSS para se tratar.

No governo do Distrito Federal existe um programa para ajudar os funcionários. "Vejo o que ele está passando na sua vida, tanto no trabalho quanto no dia a dia, e encaminho para o apoio psicológico. Ele pode ser readaptado, realocado em outra posição em outro setor", explica a psicóloga Ellen da Silva.

O programa também orienta os chefes. "Além de liderar, o chefe tem que ter uma sensibilidade".

Qual é a diferença entre um quadro de depressão e um simples desânimo, um período de tristeza? "Ela não tem vontade mais de fazer as coisas. Quer ficar quieta, parada, deitada. Não tem vontade de trabalhar, não tem vontade de sair, diminuição da libido", afirma Synara Ferreira, psicóloga.

Além da ajuda de médicos e terapeutas, é preciso ter vontade de reagir. "Ela pode fazer uma atividade física, uma coisa que ela goste de fazer, é muito importante que ela goste de fazer".

Lídice aprendeu a ser menos exigente com ela mesma e começou a fazer corridas todos os dias. Está pronta para retomar a vida. "Daqui para frente, só coisas boas, se deus quiser".

Fonte: gazetaweb.com