domingo, 21 de novembro de 2010

Aumento de acidentes gera redução na produtividade

A conclusão é da 19ª Edição da Pesquisa Experiência de Acidentes de Trabalho da Marsh Risk Consulting, realizada com 86 empresas, 540 locais de trabalho e um total de 193,7 mil trabalhadores. Para Sergio Cruz, consultor sênior da Marsh Risk Consulting e responsável pela pesquisa, trata-se de uma conclusão negativa, tendo em vista que o percentual de aumento de acidentes é superior ao acréscimo do número de trabalhadores na pesquisa, que foi de 30,5%. "Também, mais uma vez, pode significar que os acidentes de 2009 foram seguidos de maior gravidade", diz.

Ilustração: Beto Soares/Revista Proteção


De acordo com a pesquisa, o número total de acidentes aumentou em 11%, o que não parece ser tão grave, dado que foi bastante inferior ao aumento no número de trabalhadores de um ano para o outro. O estudo analisou acidentes em empresas do setor metalúrgico, alimentos/bebidas, papel/celulose, farma/química, varejo, têxtil, entre outros. A pesquisa considera apenas acidentes ocorridos no local de trabalho e acidentes de trajeto, não levando em conta casos de doenças ocupacionais.

Cruz alerta para outros custos diretos e indiretos dos acidentes em consequência da paralisação da produção após o evento, tempo de substituição do acidentado, treinamento, investigação do acidente e outros procedimentos.  "As empresas em geral devem entender que acidentes do trabalho repercutem no custo e na aceitação dos seguros de vida e planos médicos, criando severas exposições de Responsabilidade Civil (RC) que, na maioria das vezes, não podem ser indenizadas pelo seguro de RC empregador", completa Cruz.
Custos
A pesquisa mapeou também o custo médio de cada acidente que, em 2009, aumentou 68,5% (de uma média de R$ 2.367 para R$ 3.990) para as empresas pesquisadas. Esse aumento, no entanto, pode ser atribuído a vários fatores, inclusive pela participação de novas empresas na pesquisa, que apresentam um diferencial significativo em seu salário médio ou ainda pelo alto número de dias de afastamento.

Segundo a 19ª Edição da Pesquisa Experiência de Acidentes de Trabalho, o índice de sinistralidade (relação entre o custo total dos acidentes e os prêmios de seguro pagos à Previdência) durante o ano de 2009 foi de 11,58% (contra 9,92% registrado em 2008), o que indica um agravamento da experiência de acidentes. Das 86 empresas participantes da pesquisa, 62 obtiveram índice individual inferior a 15% (índice esse considerado como aceitável sob o ponto de vista segurador) e outras 16 empresas tiveram índice de sinistralidade zero. A média de dias perdidos por ocorrência, que em 2008 foi de 11,83, elevou-se para 14,41, significando que os acidentes de 2009 tiveram consequências mais graves. Já o índice de severidade dos acidentes apresentou um resultado um pouco superior ao do ano anterior (de 15,89 em 2008 para 16,97 em 2009).
FAPA pesquisa também mapeou as consequências da aplicação do FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que desde o dia 1º de janeiro de 2010 passou a determinar as alíquotas de contribuição do Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT). Pelo novo sistema, as empresas com boa experiência acidentária são beneficiadas com uma redução de até 50% em suas alíquotas, enquanto aquelas com experiência negativa têm suas alíquotas agravadas em até 100%.
Em um universo de 64 empresas pesquisadas, 53 (80%) tiveram suas alíquotas do SAT sensivelmente agravadas de 2008 para 2009, sendo que 16 empresas sofreram agravamento de até 20%; 6 entre 21% e 30%; e 31 de 31% para cima. Nas 11 empresas que tiveram redução em suas alíquotas, esta ficou limitada ao máximo de 15%. "Os resultados para a indústria de médio e grande porte foram negativos, com aumentos de alíquotas que oneram os custos produtivos. Poucos foram os casos de empresas que conseguiram reduzir suas alíquotas", completa Sérgio Cruz.






Fonte: Portal Segs

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